Conflitos em empresas familiares: como separar o pessoal do profissional | JValério

Conflitos em empresas familiares: como separar o pessoal do profissional

14/10/2024

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Tudo começa com discussões frequentes em reuniões, depois, começam a ser tomadas decisões de negócios com base nas emoções, levando em conta favoritismos ou ressentimentos. Por fim, se criam grupos e alianças, baseados em disputas pessoais. Esses são os sinais de que as questões familiares podem estar interferindo na gestão da empresa. O cenário não é raro e pode levar ao fracasso da instituição, no entanto, tem solução. Para evitar que conflitos pessoais entre os membros da família impactem a operação de uma empresa, é essencial adotar estratégias que promovam uma gestão transparente e profissional.

 

Estabelecer regras e processos formais de governança é um grande passo para empresas familiares. Isso pode ser feito por meio de acordos e com a criação de um conselho de administração. Por meio deles são definidos os papéis e responsabilidades de cada membro, além de critérios objetivos para tomada de decisões. “Esses acordos devem ser revisados e respeitados especialmente em momentos de tensão ou divergências. É importante que decisões críticas sejam baseadas em dados e objetivos do negócio, e não em sentimentos pessoais”, avalia Bianca Aichinger, sócia da Quantum Development, que possui mais de 20 anos de experiência no mercado corporativo.

 

A comunicação também tem um papel fundamental na prevenção de conflitos. “Ela deve ser transparente e regular. A sugestão é criar espaços onde os membros da família possam discutir questões de forma estruturada e com respeito, longe das emoções do dia a dia. Além disso, é recomendável que os familiares sejam incentivados a desenvolver habilidades de gestão de negócios e de resolução de conflitos para que possam lidar de maneira construtiva com as tensões que surgirem”, avalia a especialista.

 

Outro ponto é considerar a contratação de profissionais externos, que não façam parte da família, que podem trazer objetividade e neutralidade para o processo de tomada de decisões e ajudar a evitar que os conflitos pessoais interfiram no andamento da empresa. “No entanto, para que esta estratégia funcione, é essencial que os membros da família abram espaço para estes profissionais de mercado de forma alinhada e intencional”, alerta Bianca. A contratação de um conselho, mediador externo ou de uma consultoria especializada em comunicação ou gestão e processos também podem ser avaliadas para garantir neutralidade nas decisões.

 

Por fim, as famílias devem buscar constantemente o equilíbrio entre os interesses do negócio e as relações pessoais. Manter a mentalidade de que o sucesso da empresa depende da gestão profissional, e não apenas dos laços familiares, é fundamental para garantir que os conflitos não afetem o desempenho e a longevidade da organização.

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